domingo, 21 de novembro de 2010

Fiuk e Fábio Jr. contracenam juntos pela primeira vez em 'Tal filho, tal pai', da Globo


Da garagem de uma casa na Barra da Tijuca, dá para ouvir Fábio Jr. conversando com Fiuk no andar de cima. "Filhote, bom show! Deus abençoe, dá um abraço na molecada e se concentra", recomenda o cantor e ator. Poderia ser realidade - mas é ficção. Eles estrelam "Tal filho, tal pai", que, como o nome já diz, aborda a relação e a rotina da dupla. Previsto para ir ao ar na TV Globo no dia 28 de dezembro, o especial mescla detalhes ligeiramente adaptados da vida dos homens mais famosos do clã Ayrosa Galvão a uma trama dirigida por Mário Márcio Bandarra.

A vida de "filhote" e "papito" - é assim que eles se chamam, seja em cena, seja fora do set de gravações - é corrida, muito corrida. Tanto que a primeira cena de Fiuk e Fábio juntos foi gravada numa terça-feira à noite, depois de uma série de encontros e desencontros movidos a shows em diferentes cantos do Brasil, ponte aérea e vários telefonemas diários com declarações explícitas de carinho. Tanto na ficção quanto na vida, pai e filho vivem na mesma casa, trocam ideias e impressões e aprendem um com o outro a dominar a fina e complicada arte da convivência em família.

- Minha relação com meu pai é do cacete, é verdadeira. O especial vai mostrar que nós somos gente normal, que fala bobagem, que briga, essas coisas. Eu me acho tão normal. Fico sem graça quando falam dessa coisa de ídolo - diz Fiuk, de 20 anos.

No programa, que nasce com uma expectativa grande para se tornar um seriado semanal, Fiuk e Fábio têm a música em comum. Enquanto o pai já é estabelecido, o filho tenta conquistar seu espaço. Bate cabeça, faz bobagem e vira alvo da crítica musical Bárbara Leão (Alessandra Negrini). Com seus toques, ela acaba ajudando o rapaz a direcionar sua carreira e encontrar seu próprio caminho - oposto ao de Fábio, com quem chega a cantar e de quem recebe ajuda na forma de telefonemas para empresários e afins. É aí, diz Fiuk, que a atração ganha contornos diferentes de sua história.

- No especial tem um show e coisas que nunca aconteceram. É bem longe da realidade que vivi. Meu pai nunca me colocou nos shows dele, nem ligou para empresários. As atitudes são diferentes: ele me ajudou, sim, mas dando dicas e apoio. Não fui indicado por ele para fazer "Malhação", ninguém nem sabia de quem eu era filho quando fiz o teste - explica o cantor e ator, que, ainda assim, reconhece momentos de sua vida sendo revisitados nas gravações: - A história real um dia todo mundo vai saber. Mas em algumas cenas tenho uns insights , uns flashbacks ... Você para, olha e pensa "cacete, já vi isso".

Longe da televisão há 12 anos, Fábio só aceitou acabar com o jejum pelo motivo que, ele assume, é óbvio: contracenar com o filho. Seu último papel em novelas foi o do fotógrafo Billy, em "Corpo dourado". A vida na estrada e de shows pelo Brasil o afastou dos estúdios. Agora, ele diz, difícil é segurar a emoção ao lado do "filhote."

- Choro vendo comercial de pasta de dente. Só de pensar em atuar ao lado do meu filho já tremo, fico emocionado. Claro que também bate aquele "será que ainda sei como é?", meio como acontece quando se anda de bicicleta - diz Fábio, 56 anos.

Os dois moram juntos há sete anos em Alphaville, em São Paulo. Na casa da família, é comum um tocar violão e o outro palpitar. Para a atração, pai e filho gravaram juntos "20 e poucos anos", sucesso na voz de Fábio. Fiuk, que lança seu primeiro solo no ano que vem, além de continuar à frente da banda Hóri, também emplacou uma composição sua no especial, batizada de "Sempre mais". No elenco ainda está Eri Johnson, como o empresário picareta Eduardo Goldman.

- Lembro de um show do Filipe (o nome de batismo de Fiuk) no comecinho da carreira. Foi numa praça e estavam lá praticamente só a mãe dele e eu - conta Fábio, que percebe o encontro de gerações também em suas apresentações: - É engraçado, em todos os shows que faço hoje em dia me perguntam "Por que você não trouxe o Fiuk?".

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