A nova dentição de Malhação se aproxima-se da perfeição técnica. Enquadramentos precisos, movimentos de câmeras exatos, apuro visual nas relações de cor entre as figuras em primeiro plano e o fundo das cenas revelam a alta qualidade industrial alcançada pela Globo. São méritos nem sempre percebidos pelos telespectadores, mas que contribuem para uma sensação de "beleza", aos cuidados do diretor Ricardo Waddington. O capítulo de estreia marcou 16 pontos de audiência, quase o mesmo do episódio final da antiga temporada.
Entretanto, a excelência técnica não supera a indigência artística. Quinze anos e 18 temporadas depois de surgir, Malhação continua sem explorar de maneira mais aprofundada as relações dos adolescentes das grandes cidades brasileiras, tema central de sua dramaturgia, apoiada em seriados norte-americanos. O núcleo de garotas ricas se aproxima da série Gossip girl.
É difícil definir personagens-modelos para os adolescentes brasileiros, vindo de classes sociais diferentes de todo o país. O resultado é que este universo termina achatado no Colégio Primeira Opção, ambiente que tenta congregar personagens que deem conta dessa diversidade cultural.
Por isso mesmo, Malhação costuma aproximar alunos pobres e ricos para discutir as diferenças sociais no Brasil sob o ponto de vista dos jovens. A mais recente temporada, batizada de Cidade partida, explora as desigualdades, mas de forma idilizada. As casas dos subúrbios cariocas são de beleza pitoresca; o trem da Central frequentado pelos personagens Theo (Ronny Kriwat) e Pedro (Bruno Gissoni) é vazio, a despeito da superlotação que sofrem de seus usuários.
Malhação ainda não conseguiu alcançar a maturidade dramática e oferecer a seus jovens atores personagens mais consistentes e capazes de diálogos e situações mais ricos e duradouros. É o que mais acontece na adolescência, momento de descobertas e de experiências marcantes na vida de cada um. Mas, por enquanto, os papéis permanecem monotemáticos, como uma cançãode Justin Bieber ou uma calça de cintura baixa. Que, aliás, já saiu de moda.
Fonte: Diário de Pernambuco
Entretanto, a excelência técnica não supera a indigência artística. Quinze anos e 18 temporadas depois de surgir, Malhação continua sem explorar de maneira mais aprofundada as relações dos adolescentes das grandes cidades brasileiras, tema central de sua dramaturgia, apoiada em seriados norte-americanos. O núcleo de garotas ricas se aproxima da série Gossip girl.
É difícil definir personagens-modelos para os adolescentes brasileiros, vindo de classes sociais diferentes de todo o país. O resultado é que este universo termina achatado no Colégio Primeira Opção, ambiente que tenta congregar personagens que deem conta dessa diversidade cultural.
Por isso mesmo, Malhação costuma aproximar alunos pobres e ricos para discutir as diferenças sociais no Brasil sob o ponto de vista dos jovens. A mais recente temporada, batizada de Cidade partida, explora as desigualdades, mas de forma idilizada. As casas dos subúrbios cariocas são de beleza pitoresca; o trem da Central frequentado pelos personagens Theo (Ronny Kriwat) e Pedro (Bruno Gissoni) é vazio, a despeito da superlotação que sofrem de seus usuários.
Malhação ainda não conseguiu alcançar a maturidade dramática e oferecer a seus jovens atores personagens mais consistentes e capazes de diálogos e situações mais ricos e duradouros. É o que mais acontece na adolescência, momento de descobertas e de experiências marcantes na vida de cada um. Mas, por enquanto, os papéis permanecem monotemáticos, como uma cançãode Justin Bieber ou uma calça de cintura baixa. Que, aliás, já saiu de moda.
Fonte: Diário de Pernambuco
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