segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sem perder a piada


Em um grupo de amigos, é comum que alguém se destaque como o mais engraçado da turma. Daniel Belmonte está mais do que acostumado a receber esse título. "Sempre fui o engraçadinho", constata. Mas, para ele, que interpreta o piadista Reco de "Malhação ID", da Globo, a inclinação para a comédia surgiu de maneira natural. Afinal de contas, o ator, de 16 anos, descobriu o talento para contar histórias divertidas antes mesmo de fazer parte do elenco da novelinha. Depois de fazer teatro no colégio, Daniel resolveu entrar para o Tablado, renomada escola de Artes Cênicas no Rio de Janeiro, quando tinha 11 anos. Lá, ao participar de um "workshop" chamado "Teoria da Comédia e Prática da Interpretação", percebeu que deveria explorar mais seu lado cômico.
"Foi onde vi que queria tentar viver de teatro", lembra. Além disso, os seriados americanos, dos quais é fã, são um incentivo à parte. "Gosto muito de 'Seinfeld', que tem comediantes famosos. Sempre me interessei pelo gênero e fui descobrindo o 'stand-up'", destaca.

Na trama, Reco é o tipo de garoto que faz piada de tudo e todos, a qualquer momento. A semelhança de Daniel com o papel que interpreta, no entanto, foi uma grande coincidência.
"Quando peguei a sinopse, vi que o personagem era um garoto engraçado que descobria a comédia 'stand-up'. Falei para minha mãe: 'olha, sou eu'", recorda, aos risos. Não era para menos. Isso porque Daniel faz "stand-up comedy" há dois anos, desde que teve a chance de apresentar um texto de sua autoria no espetáculo "Comédia Em Pé", que conta com Claudio Torres Gonzaga, Fernando Caruso, Fábio Porchat, Paulo Carvalho e Léo Lins no elenco.
"A peça abre um espaço de três minutos para quem quer começar. Escrevi meu texto, mandei para lá e atuei nesse gênero pela primeira vez", conta.

Mas a intimidade com o humor não deixou o ator mais tranquilo na hora de encarar seu primeiro trabalho na tevê. Pelo contrário. No início, Daniel teve dificuldade em se adequar à linguagem da teledramaturgia.
"A gente vai aprendendo na marra. A primeira bronca que escutei foi por falar alto", confessa. Por isso mesmo, a diferença entre teatro e tevê foi facilmente compreendida por ele.
"Em uma peça, o texto e o personagem estão prontos. Na tevê, você recebe uma sinopse, mas o texto pode mudar o seu papel de diversas formas. Vai depender de como você leva isso", explica. Ainda assim, Daniel prefere não tomar partido. Para ele, é difícil comparar o trabalho que é feito na tevê com o do teatro.
"É como beber Fanta Uva e Fanta Laranja: são duas coisas parecidas, mas diferentes", exemplifica.

Apesar de gostar dos dois ambientes, Daniel sabe que a repercussão de um personagem na tevê é bem mais rápida. E constatou isso quando, de uma hora para outra, passou a ser reconhecido nas ruas.
"É muito louco! As pessoas pedem para tirar fotos comigo", espanta-se ele, apesar de se sentir confortável com o assédio repentino. Até pouco tempo atrás, era o próprio ator que precisava criar coragem para abordar alguém famoso, cujo trabalho ele admirasse. "Se vejo um ator que gosto, sinto vergonha em falar. Por isso, fico feliz quando as pessoas vêm conversar comigo. Mostra que elas gostam do meu trabalho a ponto de quebrar essa barreira", acredita.

Outro lugar que Daniel usa para medir a popularidade de seu trabalho é o Twitter – rede social que permite aos usuários enviar e receber informações pessoais de outros contatos. Com a ferramenta, o ator fica sabendo o que os telespectadores de "Malhação ID" estão falando sobre os personagens da novela. Além disso, é uma forma prática de se aproximar do público. "Leio muito o que os fãs escrevem. Só não tenho como responder a todos. Tem uns que falam: 'não vai me responder, não?'", revela, às gargalhadas. Mas a maioria dos comentários são elogiosos. "São coisas que me deixam feliz. Entro no Twitter quando estou deprimido", completa o ator, que também está em cartaz com a peça "Estação Stand-Up", no Teatro Maria Clara Machado, no Rio de Janeiro.

Fonte: Jornal O São Gonçalo Online

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